O voo rasante sobre o teu desejo provoca-me arrepios na espinha, fico inquieto de ver-te de cima. Os dedos feitos de fogo abrasam a tua pele nua com as vontades do meu corpo. Não há como ficar indiferente à tua sensualidade, ela está inerente ao teu olhar, à tua forma de ser e até de falar. É algo ao qual não quero escapar, a ser preso pelas tuas mãos no momento de saltar e voar. Não me deixes assim, nesta inconstância de ser e não ser, de saltar ou ficar amarrado à minha libido. Liberta-me, entregando-me o teu cálice sagrado às vontades da minha eloquência. Permite-te, permite-me e deixa que o céu se turve de nuances de nós.