Oceano teu

Sigo as ondas do teu ventre, que se agitam em vagas de prazer. Mergulho nas águas profundas do teu corpo, sinto as sensações quentes de teus mares tropicais, que banham minha pele em tsunamis de luxúria. Os dedos são penínsulas de areia branca que se adentram nesse imenso mar, estendem-se sobre tuas águas como línguas húmidas. Minhas mãos ilhas que formam os arquipélagos do teu desejo, salpicando tua pele de sentidos.

Como naufrago, deixo-me levar pela tua corrente, imerso em ti, deixando meus sentidos fluir. Meus lábios repousam sobre as dunas de teus seios, onde o Sol do teu olhar me vem despertar. Minha alma, gaivota que em voo livre, pousa sobre a agitação da tua libido. Meu corpo, barco em plena deriva, percorre-te como destino já traçado nos mapas do teu planisfério. Num último suspiro, minha vela inflas, e meu corpo agitas, impulsionando-me os sentidos, neste mar, perdidos.

E nas profundezas do teu abismo, um vulcão explode, reflexo do êxtase que este oceano selvagem expele em lava ardente, que meu navio impele, e na espuma destas ondas, navego, levado pelo teu vento, corrente, que meu corpo sente.

Silêncio, ficou o silêncio, que no mar plano o vento sossega, e meu barco em teu porto atraca, para adormecer tranquilamente.