Hoje desperto no silêncio da madrugada, acordo o corpo, que a alma já vela a muito. Escuto o som do mundo que gira lentamente sobre si mesmo, escuto o Sol que rasga a noite em pequenos riscos de luz. E neste murmuro, vejo chegar o dia, num pequeno sussurro que ilumina o brilho do meu olhar. Escuto o ranger da madeira sobre meus pés descalços enquanto caminho, vou em direcção à janela, olhar a neve que lá fora se acumula em mantas suaves de branco imaculado.
Daqui vejo as árvores salpicada de branco, as águas frias do lago agitam-se em pequenas vagas empurradas pelos ventos gelados. Escuto o crepitar da lareira que atrás de mim queima os restos da fogueira da última noite. O corpo reclama do frio que a pele lhe anuncia, arrepiando-se. Com os sentidos despertos, escuto cada pedaço de silêncio quebrado, num detalhe ínfimo de um mundo escondido a que quase nunca prestamos atenção.
Escuto o expirar da minha respiração, lançando no ar uma pequena nuvem de vapor que embacia os vidros à minha frente. Inspiro a aragem fria desta manhã, rodeado de ausências, recolhendo em mim cada detalhe que escuto, percebendo um outro mundo escondido nos ruídos do quotidiano. Solto os dedos, que na saudade dos desejos, escrevem na vidraça da janela palavras que soluçam na fricção dos dedos sobre o vidro.
A neve cai lá fora, como lágrimas de ausência abraçadas em ventos de tempestade que se precipitam sobre este lugar encantado. Escudo o murmúrio que carrega ao tocar o chão a meus pés.
Daqui vejo as árvores salpicada de branco, as águas frias do lago agitam-se em pequenas vagas empurradas pelos ventos gelados. Escuto o crepitar da lareira que atrás de mim queima os restos da fogueira da última noite. O corpo reclama do frio que a pele lhe anuncia, arrepiando-se. Com os sentidos despertos, escuto cada pedaço de silêncio quebrado, num detalhe ínfimo de um mundo escondido a que quase nunca prestamos atenção.
Escuto o expirar da minha respiração, lançando no ar uma pequena nuvem de vapor que embacia os vidros à minha frente. Inspiro a aragem fria desta manhã, rodeado de ausências, recolhendo em mim cada detalhe que escuto, percebendo um outro mundo escondido nos ruídos do quotidiano. Solto os dedos, que na saudade dos desejos, escrevem na vidraça da janela palavras que soluçam na fricção dos dedos sobre o vidro.
A neve cai lá fora, como lágrimas de ausência abraçadas em ventos de tempestade que se precipitam sobre este lugar encantado. Escudo o murmúrio que carrega ao tocar o chão a meus pés.
30 comentários:
Solto os dedos, que na saudade dos desejos, escrevem na vidraça da janela palavras que soluçam na fricção dos dedos sobre o vidro.
A neve cai lá fora, como lágrimas de ausência abraçadas em ventos de tempestade que se precipitam sobre este lugar encantado. Escudo o murmúrio que carrega ao tocar o chão a meus pés
tão acolhedor e lindo como sempre
beijo de boa semana
Neve...vapor da boca na vidraça, olhando a neve que cai como lágrima, escrevendo palavras de amor na janela no quotidiano feito de silencios...nesse inverno vou deixar a lareira acesa crepitando chamas que aqueçam nossos dias de silencios frios.
[deu-me frio, hoje o sol está suave e morno, ja com roupa de verão a primavera está passando com flores de hibiscos nos pés]
beijos do meu Horizonte!
Uma obra prima de descrição. Me senti aí, respirando junto. rs... Muito bonito mesmo. Obrigada pela visita e comentário bjs café pra você
Ser ouvidos de verdade. Tudo tem vida . E assim, porque imaginarmos tão sós?
Lindo demais!!!!
adorei! deu pra sentir daqui e imaginar cada cenário.. uma mistura de sentimentos! beijos
a blogosfera anda saudosa hj, bjs
Há pequenos silencios, tão poderosos negativamente que nos cercam de frio...
Linda crônica poética. Rica de detalhes, sinestésica quase...
Fantástico.
Beijos
Belissimo foi...daqui conseguir sentir esse friozinho traduzido em suas palavras.
Belo...como sempre,mas nostálgico.
Dar voz aos desejos...quebrar o medo e o silêncio...escrever na página da vida ao invés da vidraça...
"Beber dessa Luz e apagar a noite...
Só Deus sabe o que virá,só Deus sabe o que será..."
Há um passado que fala e apela a seguir rumo ao futuro.
Boa semana.
bj
Muitas vezes é necessário
o silêncio...
um tempo sem tempo,
e essa saudade que machuca,
amanhã talvez não voltará!
Um abraço.
Um silêncio apetecivel e contagiante!
Quem não deseja tê-lo por perto! Muito bonito!
Um beijo,
Judite
Belíssima narrativa, como sempre. Ah, estes pequenos silêncios que tomam toda a extensão do nosso ser....
Carinhoso beijo
En ocasiones, los pequeños silencios calientan nuestro pepetuo invierno.
En ocasiones, las palabras, alientan nuestras almas.
Bellas palabras las tuyas.
Mil besitos!!!
Bonito poema, as ezes tenho saudades de um amor nunca vivido e me encontro com ele aqui em seus poemas.
beijos
Poxa...
tão lindo, fiquei sem palavras rs
bjos e boa noite!
A saudade faz a dor ficar mais acentuada.
Noite de luz, querido amigo.
Rebeca
-
De repente, tornaste-te tão encantada quanto o lugar...
Amo o frio.
Adorei o texto.
Beijo!
lindo,lindo,lindo texto.
parabenssss.
bjus xuxu
O ruído dos passos na madeira é rastro por demais sugestivo.
Cadinho RoCo
Lindo demais, senti cada palavra..
Olá!
Uma crônica lindíssima, tocante, cheia de signos e códigos e imagens!
E o que é melhor nisso tudo é como vc deu um tom poético a tudo!
Muito bom mesmo! Amei!
Andei sumida da Blogsfera mas agora já to de volta, viu?!
As portas da fábrica de sonhos estão abertas!
Apareça!
Um beijo enorme!
a verdade está em saber escutar o murmurar, para que as lágrimas não sejam pesadas, como flocos de neve, nem que a nossa existencia não seja um mero ranger de caruncho...
nossa... que palavras tão grandes... que exatidão... de sensações e sentidos!
parabéns!
;D
Texto D - I - V - I - N - O. Ameeeeeeeiiii :)
Oiee
tenho um selo pçra vc!!!
beeijoo*
Tem dois selinhos pra vc. Abraços
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